sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Visão do Futuro

Eu vejo nos teus olhos o desenho
de um mundo mais feliz, e belo, e puro...
Mundo maravilhoso do futuro,
que, para anunciar, agora venho!...

Não mais de guerras nem de ódio obscuro,
é a Nova Era que na mente tenho,
pois o homem usará o seu engenho,
na total destruição do grande muro.

E do passado triste e decadente,
só os escombros, por certo, ficarão,
e da sublime paz uma semente.

Mas que germinará eternamente,
criando no jardim do coração,
uma Felicidade permanente!...

Muritiba/junho/1952- Dokito

Chuvas e Trovoadas

Ao despontar da alvorada,
A vida toda se agita!...
A paisagem é mais bonita,
Ao canto da passarada.
Ouro do sol – uma pepita
Ao despontar da alvorada.

Há um rugido de leão,
Reboando na montanha,
Pois essa voz tão estranha
É a linda voz do trovão,
Pois sendo forte e medonha
É um rugido de leão!...

Relâmpagos cortam os ares,
O céu se cobre de luto,
E aquele chão que era enxuto
se transforma em vastos mares...
ao longe trovões escuto
relâmpagos cortam os ares.

Adeus, serra da campina,
Verdejantes coqueirais,
Minha sorte, minha sina,
Aquela doce menina
De que não esqueço jamais!...

Se houver encarnação,
Noutros mundos, nesta terra,
Quero um rebanho, que berra,
Aos rigores do sertão.
Quero uma chuva trovão,
Reboando lá na serra...

Quero uma morena dengosa,
Cheirando a flor de jasmim...
E tendo um olhar assim,
Que me pareça formosa.
UMA MORENA DENGOSA..
Eu a quero toda pra mim!...
Muritiba, 28/12/2007 - Dokito

Mondo de Foluloj

En ĉi mondo de folaj frenezuloj,
Perforto kaj postuloj,
Kaj treege ambicia;
La vivo transkuranta riverego
Aŭ kiel ETA river seko.
-La sekec` de l´ koro mia...
La belaj idealoj de l´junaĝo,
De Frateco kaj kuraĝo,
De Espero, veraAmo,
Transformiĝas jê fuĝanta fluaĵo,
Jê forgesita paĝo,
Kaj malbenita dramo!
Mi volus, en iu imaga planedo,
En dezertsoleca tedo
De miaj tagoj La finon.
Vere for de ĉi-mondaj fiaĵoj,
Kaj libera de la kaĝoj,
Plenumi mian Destinon!
Sed neniu povas fuĝi el sia fato,
Pro doloro kaj kompato,
Amaro kaj seniluzio,
Ĉar la vivo –
de multkolora pejzaĝo,
agadas kun multa saĝo
kaj trompema ironio.
Kie restas Paradizo de l´ Espero,
Sen Doloro, sen Sufero,
Vere amika de La homo?
En kiu mondo, en kiu stel´ ĝi sin kaŝas?
Kie ĝi estas, kie ĝi paŝas?
Kie Eva? Kie pomo?!...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Alma Gemea

Com toda essa candura que retratas
no sublime rubor de tuas faces,
nunca pensei que um dia abandonasses
teu menestrel, cantando pelas matas!...

Essa paixão que vem de longes datas.
de incarnaçoes remotas e fugaces,
renova sempre quando tu renasces,
e a manifesto em loucas serenatas.

Quando sentires que no peito ardente,
Cupido atira a seta impenitente,
e um coração palpita sem ter paz;

não viverás sem mim...ser-te-ei preciso,
e nem eu viverei sem o teu sorriso,
alma gêmea da minha tu serás!...

O Encontro

Quando, naquela tarde, te encontrei sozinha,
o teu sorriso encantador e fascinante,
levou-me ao sonho de um prazer alucinante,
fiquei pensando, então, que tu já eras minha!...

Naquela rua, muita gente ia e vinha,
num ritmo de existência viva e delirante...
até que o meu destino, num sublime instante,
levou-me ao terno encontro de uma Rainha...

Pois eras tu, Querida, eras tu Amor,
que me fez esquecer aquela imensa dor,
e fez nascer no peito algo que nos convida:

à esperança de ser num dia como este,
o inicio deslumbrante duma missão celeste,
o fim duma agonia, em toda a nossa vida!

AO TEMPO DAS AGUAS